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A sanfona calou-se

Zezito animava os festejos juninos

Por Carlos Moreira, Emanuel Tobias e Maria Isabele Félix*

Nas comemorações do mês de junho deste ano uma nota de alegria não tocará. Partiu para outro plano, chamado pelo Criador, o sanfoneiro Zezito que deixa junto com a saudade peculiar destes momentos, histórias verídicas e folclóricas.

É com emoção e orgulho que relatamos um pouco da vida do nosso avô José Gomes da Silva, conhecido como Zezito Sanfoneiro. Nascido em 1945, em João Pessoa, logo cedo foi morar no município brejeiro de Serraria junto com seus seis irmãos.

Foi criado naquela cidade por um famoso sanfoneiro conhecido por Biu de Lica com quem aprendeu a gostar de música. Escolheu como instrumento, a sanfona que aprendeu a tocar ainda na juventude juntamente com seus irmãos.

Ao completar 15 anos, veio morar em Areia. Passou a trabalhar para um professor da Universidade Federal da Paraíba, que em pouco tempo lhe conseguiu o emprego de vigilante naquela instituição de ensino superior.

Em Areia, conheceu Francisca Arlinda dos Santos Gomes com quem casou e tiveram 12 filhos, sendo cinco homens e sete mulheres. O pai de Zezito, antes de morrer enterrou a revelia da família, a sanfona que anos depois foi encontrada no quintal de casa.

Zezito, tocava em festas de arrasta pé no mês de São João, abrilhantava o tradicional forró do Viagra nas cidades de Areia e Alagoa Grande. Uma das suas últimas apresentações aconteceu durante a II Gincana Junina, em 2010, do Sistema Educacional Areiense. Quando se apresentava tocando com sua sanfona, o forró pé de serra tinha um verdadeiro e autêntico representante.

Alguns filhos de Zezito participavam de suas apresentações tocando instrumentos ou no acompanhamento vocal.

Quando tinha 57 anos ficou viúvo, mas não largou a sanfona, sua companheira de todas as horas. No dia 18 de maio de 2011 faleceu de insuficiência respiratória, provavelmente decorrente do consumo exagerado de cigarro.

Nosso avô deixa saudades e lembranças como alguém que sabia satisfazer aos netos com a mesma maestria que dedilhava a sanfona.
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* Os autores são netos do sanfoneiro.


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